sábado, 26 de novembro de 2011

Mergulhando de cabeça

Aproveito um pequeno (?) acidente pra contar dos meus mergulhos...
Lispa, lispa, lispa....
Em duas semanas temos apresentação de acrobacia, e eu teimei que tinha que conseguir fazer bem a parada de mão pra colocar na minha apresentação... Então lá vou eu, treinando um pouco cada dia, insistentemente...
Tudo indo bem, aprendendo a me jogar, aprendendo a cair na cambalhota e a levantar, quando ontem, numa típica sexta à noite, última aula da semana, peço que o professor de acrobacia me ajude a treinar a danada, e então, eu simplesmente não sei o que aconteceu, eu estava lá de ponta cabeça e no segundo seguinte eu senti minha cabeça no chão e meu corpo caindo descontroladamente, e minha coluna sendo amassada, e então eu estava no chão com o professor assustado se agachando e me perguntando porque eu tinha dobrado os braços, e eu que não entendia nem de que braços ele me falava já que eu sentia que estava sufocando e o pulmão sem conseguir expandir e deixar entrar ar, e então quando voltei a sentir que o ar entrava também comecei a sentir uma dor indescritível, nunca antes sentida por mim, e comecei a me contorcer e gritar e eu nem sei o que fazia, e me diziam pra parar de me mexer e eu gritava (sim, em inglês!) que estava doendo que alguém fizesse algo pra parar de doer!
Enfim, depois fui me "acalmando" chamaram a ambulância, me deram um gaz que não lembro o nome mas que foi bem legal pra relaxar e dar altas risadas, e entrar na ambulância tendo idéias malucas de o que fazer com a máscara neutra, como investigar a máscara neutra em uma ambulância...
No fim, não foi nada, só meus músculos que para proteger a coluna se tensionaram tanto que não voltavam mais ao normal, aliás, ainda nem voltaram, estou tomando bastante remédio e meio de repouso, mas vou ficar bem!
Enfim, não quero me estender nessa parte da história porque não só não é tão divertida, mas também porque meus mergulhos têm sido bem mais interessantes do que esse...

O mergulhos têm sido mais positivos pode-se dizer!
Mergulhando na vida, mergulhando em mim!

A máscara neutra é uma instância da pedagogia de Lecoq de base e fundamental. Se no começo a gente não entende porque tamanha importância, não demora muito para o ator que se propõe a passar por essa experiencia, começar a se fazer um zilhão de perguntas. O processo é angustiante, porque você vai entendendo que não se trata de encontrar respostas, mas sim perguntas que nos façam continuar avançando. Tudo pode parecer extremamente abstrato, mas é nessa abstração toda que se encontra o artístico, o singular, o sincero. Cada um da sua maneira, no seu tempo, encontra aquilo que o motiva, aquilo que o faz ser vivo, e isso não significa que ao encontrá-lo é seu, é um longo processo para o qual a máscara neutra apenas abre as portas...
São diversas viagens paralelas, por um lado a viagem na natureza, por outro a viagem na cidade, mas o que importa mesmo é que é um profundo mergulho no seu mais íntimo algo de dentro pra fora, algo que te faz acessar aquilo mais puro e sincero, sem idéias preconcebidas, sem ego, sem certezas, aquilo de mais genuíno que existe em cada um de nós, e abri-lo ao mundo, aos espectadores, aos que dia a dia estão na mesma busca que você.
Os temas e as viagens propostas são desculpas, são provocações para indicar por onde ir, para acordar diferentes partes do corpo, diferentes ritmos, diferentes qualidades de movimento, mas como nos lembram a cada instante: "There is no wrong, there is no right", se trata apenas de encontrar o que é justo consigo mesmo.

Eu sinceramente nem sei como terminar esse texto, então...




terça-feira, 22 de novembro de 2011

Elisa who rushs, Elisa who's late...

There are two Elisas in me. Maybe even more...
There are many Elisas and the hard thing is to try to understand who's the most Elisa in all of them...
Elisa is rushing, Elisa is late, Elisa is plently here, and plently there. She's from Brazil, and France, and Argentina, and who knows where from...

Elisa, is nothing.

Is a pure imagination, or a combination of things.
She's the one who likes lady bugs, the one who can't think in just one language, the one who's quite often late, and quite often early... The one who tries her best to be perfect, even knowing that this word doesn't mean anything and exist in the vocabulary just to confuse people like her.

She's the one who loves, who lives.
She's the one who's affraid of falling, of failling.

She tries her best, to be.
And sometimes not to be.
This is the question.

To let herself be, or become, or stay, or maybe she should just let herself breath.
Take a breath.
Never run away.
Stay.
And then make a step, and a step, and a step.


One day, I'll understand that the multiplicity of Elisas is just an excuse, or a safe place, where to start to create.

To be yourself.
That's the most difficult and challenging step in life... Day by day. And someday, I'll be able to take that breath, and that step, and say: I am what I am.

domingo, 20 de novembro de 2011

Para mis queridas teatreras! Leticia, Macarena, Analia y Nadia

Le temps file, o tempo voa, el tiempo vuela...

Hace rato que no escribo en castellano, o en otra lengua que en portugués... No sé bien porque...
El tiempo vuela  decidi recién que este texto viene en castellano...
Casi un año que terminé la EMAD, no lo puedo creer! Casi el fin del first term en LISPA, no lo puedo creer!
Y a los pocos lo que yo me imaginaba como un sueño se torna realidad...
en la escuela estamos a pleno en la máscara neutra, ya llegando quizas al final de esta jornada, si es que se puede concluir una jornada con la máscara neutra...
La máscara neutra es un mundo mágico donde cada uno empieza a entender al mismo tiempo lo más profondo de si mismo y las más grandes cosas del mundo. Son dos viajes paralelos, por un lado el viaje en la naturaleza y por otro el viaje en la ciudad. Qué increíble todo! Los ritmos del cuerpo, ser o estar, o ser y estar al mismo tiempo, las dificultades de aceptar los ritmos de la ciudad sin juzgar, y las cosas que dice Thomas: qué tipo de teatro queremos hacer? En los dias de hoy con los ritmos de internet tenemos que aprender a accesar los ritmos de la ciudad, es la responsabilidad de nuestra generación...!
Es difícil transmitir la experiencia, es algo que pasa por el cuerpo, un cuerpo que gracias a la mascara neutra, a los pocos va siendo más expresivo, más sincero, más abierto, más dispuesto...
Y porque no hablar de las clases de Michael donde exploramos el estado del clown, porque este está intimamente ligado a esta tan sagrada máscara neutra. Y cómo no hablar de las clases de movimiento, clases dónde aprendemos a apropiarnos de los movimientos, y aprendemos a fragmentarlos, a entenderlos, a analisarlos. Y cómo dejar de contar de las clases de acrobacia, dónde el cansancio de la semana permite que uno haga sin pensar y logre resultados nunca antes esperados, y la clase de space lab, dónde uno se encuentra conisgo mismo de otra manera, totalmente nueva y placentera, y uno entiende cosas raras como lo que es dinámico, uno simplemente aprende a ser. Eso siento. Ser y estar, como vive diciendome mi chico...
Esta es la leccion, que siento que desde la Argentina dia a dia estoy aprendiendo...

No puedo dejar de decir que extraño a mis compañeras de teatro, Leti, Maca, Ana, Nadia...! Si estuvieran acá serían tantas pero tantas cosas para hablar, y crear!!!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Nessa noite de sexta jantei comida deliciosa de uma amiga holandesa, escutei lindas musicas, adormeci no sofá tamanha era a sensação de felicidade que a música traz, ainda mais quando ela me fazia sonhar com meu namorado...
E dizer que esta noite terminou cruzando uma raposa na rua...

Não tô brincando!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Porque nem sempre é fácil...

Dá vontade de gritar, de sair correndo, de ir pra lá correndo, ou de ir pra outro lugar... Tem horas que dá vontade de fugir do mundo, ou fugir de mim.
Tem horas que tenho vergonha, que sinto que sou menos, que não sei nada, que não sirvo pra isso, que sei lá o que...
Tem horas assim também... Horas em que o frío é insistente demais, em que a língua é feia, as pessoas agressivas, e o mundo conspira. Horas em que a parada de mão não sai, a parada de cabeça é uma merda, e a cena pior ainda. Horas em que a comunicação falha.
Alô? Tá me ouvindo Acho que caiu...
Tem horas que o colchão velho de molas machuca, que a casa fede, que a caminhada é comprida, que a aula é chata, que as pessoas irritam...
Tem horas que o computador trava, que o mundo não te deixa estar sozinho, ou que o mundo insiste em te deixar na solidão...
Tem horas pra tudo, mas o que conta é que ao passar a hora é preciso pegar o telefone e voltar a ligar, sentir o chão e voltar a levantar, fechar o casaco e continuar a andar...
Porque, ainda assim, tem horas em que a cena tem ritmo, a máscara respira, o amor flui, o sorriso se estampa na cara, e alguma hora dessas a parada de cabeça vai dar certo!

É só respirar, e voltar à tentar...

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Aprendendo

Aos poucos ela vai aprendendo:

a criar em grupo, a falar inglês, a se vestir no frio para não passar frio, a correr pra não chegar tarde na aula, a lavar a roupa na hora certa pra secar antes do dia seguinte, a amar à distância mesmo com esse sentimento tão presente sempre, a cozinhar com o que tem, a não gastar dinheiro à toa, a fazer da casa seu lar, a limpar a sujeira dos outros pra não viver num chiqueiro,a falar português com expressões de Recife, a aproveitar quando tem um pouquinho de sol, a que mesmo se já tá escuro ainda não é de noite, a confiar, a mostrar que se está aqui para quem se ama, a tirar fotos, a entender que sempre o mais importante é se escutar, a respirar, a dar um passo de cada vez (mesmo se isso é difícil)...
Ela aprende a explicar o que sente, a escutar seus pais, a pedir desculpa só quando é preciso, a escutar a dor dos outros e pedir ajuda quando precisa.
Ela aprende que a saudade dói, mas chega o dia que ela vai passar, ela aprende que gosta demais dele, e que isso basta.
Ela aprende a aprender, aprende a desaprender também.


Ela tá aprendendo um bocado de coisas.
O que ela mais aprende, é a ser.

Obrigada à você que faz eu ser mais feliz apesar da saudade...

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Respiro

Enquanto tomo um chá já frio de hortelã numa sala recentemente pintada de branco- para o alívio dos olhos- e escuto o Duda, um dos meus Flatmate tocar sons do nordeste brasileiro no acordeon, sinto que cheguei em Londres. Já faz certo tempo que cheguei, mas o sentimento demora pra despontar. E aqui está. Já um mês de aula e a última vez que escrevi direito aqui ainda era a véspera do primeiro dia de aula! E pensar que agora LISPA não é só cotidiano, mas é também família.
Explicar como anda Londres não é tarefa fácil, nem sei se quero.
Ando assim, num estado meu.
Pode parecer egoísta mas sinto que a experiência anda sendo intransferível, posso contar, ou tentar contar, mas é difícil expressar o que vivo dia a dia.
Em todo caso quero tomar o tempo de contar pequenas cenas do dia a dia, mas isso vai ficar para amanhã, ou depois.




























about this neutral mask feeling

What we see of things is things
What matters is knowing how to see
Knowing how to see without stopping to think
knowing how to see when it is obvious
but that (alas for us who have learned so much and whose souls are all dressed up)
requires profound study - an apprenticeship in unlearnig
I am learning again that the amazing reality of things can be my everyday discovery
everything is what it is and it is hard to explain how glad that makes me and how it is enough for me
to exist is enough to be fullfilled
sometimes I hear the wind passing and I find that just to hear the wind passing is worth the trouble of being born."

Fernando Pessoa em Inglês!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Acordei cedo. Pouco antes que o despertador tocara, meus olhos, já inquietos passeavam pelo teto do quarto. Decidi levantar.
O ritual da manhã foi meio automático, como se no meu corpo existisse algum tipo de registro disso, de cada coisa que se tem que fazer, o passo à passo: levantar da cama, ir ao banheiro, colocar àgua pra ferver, tomar banho, tomar o chá, comer o iogurte com cereias, escovar os dentes, pentear o cabelo, colocar o sapato, pegar a bola e sair. Foi só quando eu estava pronta esperando o Ariel que percebi minha ansiedade, e então lembrei que à noite estava maluquinha, que tinha dormido só umas 5 horas essa noite, e tudo porque estava literalmente à passos de uma nova viagem!
Fomos caminhando até a escola, o céu estava azul e apesar do vento não fazia frío. Que alegria! Sentir que esse caminho será um caminho super conhecido em um tempinho, sentir que à partir de hoje me lanço de vez nessa aventura! A sensação era aa mesma dos primeiros milésimos de segundo numa descida numa montanha russa! Aquele frío na barriga, e AHHHHHHHHHHHHHHHH
pega a avenida, vira à esquerda, vai reto, passa ao lado da casa das meninas, passo por cima da ponte, vira à direita, esquerda, direita, esquerda e aqui estamos nós, dando os últimos passos à margem do canal sentindo que o vento nos empurra em direção à escola. No inverno esse caminho viser duro, mas por enquanto ele é cheio de alegrias! Sinto o coração bater mais rapido, e cada vez mais à medida que vou me aproximando do 3 mills estudúdio (antigo moinho, transformado em estúddio de cinema onde se encontra minha escola)
Chegamos, passamos o portão azul, me apresento na portaria, assino, pego o papel e pareço criança no primeiro dia de aula, quero saber quem é da minha turma, quem vai ser meu amigo, com quem vou me desentender, mas ao mesmo tempo gosto de saber que tempo tempo suficiente pra tudo isso!
Subimos as escadinha, abrimos a porta, e : chegamos!
Deixar casaco, e bolsa, comprimentar a Melissa, secretária da escola e então entrar na sala...!
Entrando na sala me encontro com uma disposição curiosa das cadeiras e gente sentada nelas, não muitas, nem poucas, mas olhares suficientes pra eu me sentir levemente inibida. Sento em uma cadeira, olho um pouco pra essas pessoas em silêncio que discretamente também olham pra mim, tentando dissimular, e de repente caímos todos no riso! que delícia! Assim começa nossa relação pode-se dizer, esse monte de gente que não conheço ainda e que não sei quem são, me olhando, e essa gargalhada, levemente desconfortável, mas também curiosa, e cheia de esperanças!
Então tentamos dizer nossos nomes e de onde somos, mas já estamos rindo porque os nomes são todos tão estranho e a exitação é tanta que quando chega o final da roda já não lembramos de quase nenhum nome.. e essa cena se repete algumas vezes, o siêncio outra vez, os olhares, alguém que entra, o desocnforto e a risada. Até que em um momento tudo meio que espontaneamente se descontrai, começamos a falar com as pessoas sentadas perto, perguntar as mesmas coisas outra vez, não importa, mas de repente parece que tudo flui!
Pouco tempo depois entram os professores, eles se sentam nas cadeiras à nossa frente e então o Thomas Pratki, diretor da escola e também professor começa a nos dar as boas vindas.
Eu obviamente não saberei contar exatamente o que ele disse, até porque me peguei algumas vezes viajando pensando em qualquer coisa, e eu pensava, não Elisa, se concentra! esse momento é especial! Mas principalmente o que acontece é que foi tudo justamente muito especial! Quase diria perfeito!

Não sei o que contar, o que não contar, digo apenas que é tudo novo, tudo permitido, e que o importante parece ser viver o momento, sem se apressar, sem querer provr nada pra ninguém, simplesmente estar...

Estar.
É o que desejo.

Estar.
Entre tantas caras ainda desconhecidas,
línguas,
sons,
e vidas.

Noruega, Suécia, Holanda, Dinamarca, País Basco, França, Inglaterra, Turquía, Austria,
India, Japão, Brasil, Estados Unidos, Israel, Chipre, Grécia, Alemanha...! Viva!

domingo, 9 de outubro de 2011

Domingo depois de tantos sábados

Finalmente amanhã é dia 10 de outubro!
Al mismo tiempo que el tiempo pasa volando, es un alívio ver que esta fecha llegó, finalmente!
amanhã... Será outro dia!

Tomorrow will be a big day! Le jour J, comme on dit!
Depois de tanto tempo sem ter que me levantar cedo pra ir pra aula, aqui estou eu, me preparando pra ir dormir porque amanhã é o grande dia!
Mas não é como antes, estou feliz e tudo mas não estou com aquela ansiedade de matar...
Dormir cedo, acordar bem e se lançar nessa viagem!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

How to feel home, when you are alone?

1º conseguir tirar suas coisas das malas
2º organizar seu espaço da maneira que você queira
3º limpar e tirar qualquer rastro de quem esteve antes (ascender incenso, colocar perfume de ambiente, abrir janelas, desinfetar, tudo vale!)
4º começar a conhecer a casa,, onde estão os interruptores, quantos degraus, quantos passos
5º começar a conhecer o bairro, criar pequenos hábitos, lugares pra voltar a passar, lugares pra evitar, caminhos repetidos
6º encher o quarto de vida: plantas, fotos, imagens, bolinhas e joaninhas!

Aos poucos, passo a passo vou abrindo meu espaço...!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

There is a rat in my kitchen

http://www.youtube.com/watch?v=bS0fXQN6zrI

"There is a rat in my kitchen what am I gonna do?
There is a rat in my kitchen where am I gonna go?
I'm gonna fix that rat, that's what I'm gonna do,
I'm gonna fix that rat...!"




Mugre,
Sujeira,
Saletée,
Poussière,
Shit,
Fedor,
Nojo,
Asco,


AHHHHH




Acho que ouvi um ratinho...!
Será minha imaginação?
Hope so, j'espère, tomara, ojalá!




Tentando me sentir em casa...
Mas tá difícil!...

domingo, 2 de outubro de 2011

Coração na mão

Tengo mi corazón en mi propia mano!
Y escribo en castellano porque esa sensación es conocida desde la Argentina, o por ahi desde cada decisión que uno toma en la vida, solo, totalmente en la soledad. Bueno por ahi no totalmente en la soledad porque trato de mantenerme en contacto con mi familia, y trato de compartir esos momentos angustiantes de decisiones con ellos, pero la verdad es que asusta. Asusta no conocer la ciudad, pagar un deposito para vivir en una habitacion en un barrio que uno no conoce, y que no está seguro, todo asusta!
Mañana me mudo a esa casa dónde por ahora viven un tipo de Eslovaquia, uno de Lituania, uno de Nigeria y una chica de Nueva Zelanda, y ahora nos sumamos Ariel (un Argentino que va a hacer el curso pedagogico en Lispa) y yo! Menos mal alguién de mi "mundo", y por ahi, si todo sale bien también se sumará a nosotros Eduardo el Brasilero!

Mañana es el dia de mudarme, y hasta mañana tengo que tratar de calmarme, de estar tranquila, total caso sea horrible vivir allá, sólo toca mudarme!

sábado, 1 de outubro de 2011

Depois de 10 dias

10 dias em Londres, até que o tempo passa rápido, e o ser humano tenta se acostumar o mais rápido possível.
Agora meu corpo está aprendendo a olhar para a direita pra atravessar a rua, e assim não estou tão sujeita a ser atropelada por um gigante ônibus de dois andares que constantemente me surprende.
Também estou aprendendo que nos cruzamentos que têm umas lampadas, a prioridade é do pedestre, e isso realmente funciona.
Estou aprendendo que no metrô algumas linhas tenho que escutar pra onde vai o metrô porque numa mesma plataforma passam várias linhas, e já me perdí dentro do metrô suficientes vezes.
Aos poucos mais palavras vão se incorporando ao meu vocabulario, e algumas, eu já tenho um carinho especial, como sultanas por exemplo que são as uvas passas amarelas!
Esses dois dias foram intensos, nos dois primeiros fiquei na casa da Kristin, a norueguesa que vai estudar comigo. Foi estranho chegar na casa de alguém que não conheço mas que vou conhecer, foi mais estranho ainda ter a sensação de que a gente já se conhecia, poder ficar sem falar nada por um tempo, só assim, se acompanhando...
Depois disso vim pro hostel, e confesso que foi um choque. Primeiro o fato de precisar fincar raízes num lugar feito para estar de passagem, onde tudo o que acontece aqui morre aqui em todos os sentidos... difícil conhecer gente, difícil criar hábitos, difícil se sentir em casa...
Fora que o dinheiro vai indo embora como o vento, paga pela internet, paga pelo armário, paga por tudo! E ainda mais como estou tendo que mudar frequentemente de quarto porque vou fazendo a reserva aos poucos, já estive em 3 diferentes quartos até agora.
Mas enfim, aprendí a levar numa boa isso também, e até comecei a me dar conta que no hostel muita gente estava na mesma situação que eu, então passavamos as noites lado a lado procurando ap juntos e torcendo uns pelos outros. Nisso fiz uma boa amiga, a Lotte, da Belgica!

Ontem, finalmente achei um lugar para morar, mas dá um medo! Eu devo ir pagar a reserva em pouquinho tempo, e tô morrendo de medo de estar sendo enganada ou de estar me enganando!
Sobre a casa e o quarto e o bairro escreverei quando me mudar!

Por enquanto deixo de escrever pensando em tudo o que não contei, e me dando conta que é simplesmente impossível contar tudo o que se vive, falar da saudade que se sente, e o que é essa saudade...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Tá confesso...

Esses primeiros dias aqui me fizeram lembrar dessa sensação estranha que é ser novo num lugar...
Dá um vazio inimaginável e, sinceramente tudo parece mais difícil do que deveria ser, pelo menos no começo, mas eu tenho a esperança de que assim que eu resolver o assunto casa e assim que as aulas começarem as aulas,será uma nova vida!
O problema é não se sentir em casa, pior agora que vim pra um hostel... Dá medo de que algo importante desapareça, então pago pra colocar as coisas importantes num armário, daí tem que pagar pela internet, pagar por tudo! Que saco! Na casa da Kristin (Norueguesa que vai estudar comigo e que me recebeu nesses primeiros dias) pelo menos eu podia me sentir acolhida por gente que tem a ver comigo, aqui a sensação é que tá cheio de adolescentes viajando sozinhos pela primeira vez da vida (putz, tô ficando velha!) ou de gente só de passagem... Enfim... Completamente diferente da minha situação...
Eu ando meio sem pressa, sem pressa de andar nas ruas, sem pressa de conhecer coisas, sem pressa, só com uma pressa na verdade, ou talvez não seja pressa mas vontade ou ansiedade, de achar um lugar pra morar! E de que as aulas comecem também, porque pelo menos assim vou me ocupar e a vida vai realmente começar.
Eu lembro que chegando na Argentina foi a mesma coisa, o começo foi bem difícil... Daí as aulas começaram e as coisas foram melhorando, fui conehcendo mais gente e tudo...
Por enquanto só fica essa sensação de "o que estou fazendo aqui?" que as vezes cede lugar à um "nossa, que legal isso!" e outras é acompanhada por um "Nossa, que bizarro isso! Prefiro o Brasil!"
Não gosto de falar inglês, me sinto boba, sinto que falo mal e que é uma língua que não vou nunca me sentir à vontade, mas gosto do fato de poder conhecer gente do mundo todo, e gosto de ter conversado com outras pessoas que fizeram LISPA (minha escola) e que adoraram, e que contam coisas boas, e que contam experiências que eu tenho buscado... Na casa da Kristin (onde na verdade ela está só por um mês) moram também um indiano, uma dinamarquesa, um americano e uma espanhola. A casa é bem suja e eu só espero que a minha não seja assim!
Eu gosto de entrar nesses ônibus de dois andares e de ver que dentro deles tem gente do mundo todo, mas vou deixar pra escrever mais sobre isso depois, porque tô cansada do computador....
Deixo vocês com algumas fotinhos!
E muitas saudades!


terça-feira, 20 de setembro de 2011

Today is THE day!

São 16h10, em uns 5 minutos o avião decola... Nem acredito que chegou esse dia! Confesso, o coração tá apertado, é uma mistura louca de sentimentos... Faz um pouco mais de uma hora que me despedi no aeroporto, e logo depois de não conseguir dizer nada significativo que acompanhasse o abraço apertado e meio sem jeito em cada um dos que me acompanharam, pensei "Porque raios estou fazendo isso?!" e fui.
Fiz aquela curva que separa o mundo de antes do novo mundo desconhecido, e enquanto secava uma lágrima inutilmente, me aproximava daquela máquina de raio X. Nela me esperava um primeiro cara que não podia entender a bagunça do meu coração e me olhava com uma cara de interrogação. Enquanto caiam as lágrimas cada vez mais abundantes, eu depositava na máquina meus pertences, qual o sentido de cada partida? Qual o sentido dessa? Tenho que lembrar, assim não é possível... A solidão assusta num primeiro momento, mas é com ela que se cresce, só assim a gente aprende a se conhecer e realmente o único que resta a dizer é que o que tiver que ser será.
O avião agora começa a acelerar, aquelas imagens da despedida continuam inundando minha cabeça e me fazendo chorar, um pouco...
Londres é hoje já.
As aeromoças falam no microfone um inglês tão rápido que pelo susto que levo não consigo entender. Deve ser questão de fazer o esforço.
Estou bem, sentada confortavelmente na minha poltrona 31G. Logo antes de entrar no avião me chamaram, eu fui achando que me daríam algum tipo de bronca, mas não, queriam me dizer que me colocavam em uma classe superior à que eu tinha comprado! Uau! Isso nunca me aconteceu antes!
Corredor, classe superior e ninguém a meu lado, não podia ser melhor... salvo se....
Acabo de ver o avião levantar vôo, deixei meus olhos piscarem algumas vezes, o cansaço pode finalmente tomar conta do meu corpo, nessa poltrona estranhamente confortável, e com o coração confuso mas cheio de amor, vou me deixar estar nesse estado "entre" entre o aqui e o lá, o aí e o aqui, só suspensa no ar, um tempo para pensar... em você, em mim, em tudo
No que pode ser, no que já é.

domingo, 11 de setembro de 2011

Um pouco de eternidade, por favor...!

Essa semana,
é a última antes da partida, é aquela semana crítica, que você tem que fazer de tudo: Arrumar, guardar, lembrar, fazer, correr...
Essa semana, mais do que qualquer outra coisa eu quero é viver. Quero estar e olhar e sentir e sonhar.

Sonhar pra que seja verdade,
sonhar pra que não seja só uma ilusão,
sonhar porque eu acredito,
que sonhando se é, sonhando se faz.

Eu não esperava isso, não contava com isso, não queria.

Mas é assim, de repente, a gente tá em plena corrente, e não pode resistir, tem que seguir esse fluxo que te leva, é o melhor a se fazer...

E essa semana, eu quero deixar a àgua me levar, tranquilamente, sem me apressar, sem me agarrar em alguma pedra do caminho, porque se me agarro pra parar, pra congelar tudo, então nada mais vai ser real.

Sete dias,
e muitos mais à seguir!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

El gordo

Otra vez había comido demasiado. Estaba ahí tirado pansa arriba, no había llegado ni siquiera a su cama, aunque hacía mucho frío prefirió tirarse en los primeros escalones del edificio y dormir un poquito ahí mismo.
Su problema no era la noche, no era el frío no era nada de lo común, su problema era únicamente no comprender qué le pasaba. Y entonces para llenar el vacío del alma comía, comía de forma compulsatória sin ni siquiera preguntarse qué comía, cuál era el sabor, la textura. Comía pensando en Belén, esa chica de su niñez de ojos celestes y piel quemada por el sol; comía pensando en la vejez de su madre que ya no veía hacía tanto, abandonada en un geriátrico cualquiera de la capital. Comía simplemente para olvidarse aquel partido que no pudo ganarse con los los amigos, hacía ya más de quince años. Comía, en definitiva, porque todo lo que le pasaba por la cabeza eran temas de noticiero viejo, ya olvidados en algún rincón del mundo.
Comía y cuando sentía que iba a explotar, abría el cierre del jean, y entonces seguía comiendo...
Comía, y cuando otra vez sentía que iba a explotar tomaba un largo trago de agua con limón exprimido, erutaba, y seguía otra ronda más de comida. Comía de esa forma para sentir el dolor y sentirse vivo. Él decía siempre lo mismo "Me duele de tanto comer. Traéme más de eso!" Y así se pasaba el día comiendo.
Cuando llegaba la noche y que el frío ahuyentaba a la gente de las calles, él decidía que era hora de irse, se subía a su vieja bici verde, y con mucha dificultad iba pedaleando hasta su casa, a exactas 3 cuadras y medias de dónde estaba.

Él era un personaje simpático, a la gente le caía bien, y le decían el gordo. Él se lo tomaba bien, creía que era una manera cálida de llamarse entre amigos, por eso él, a todos, les decía gordo o gorda.
Una vez tuvo una novia, era una mujer muy fea y muy sola, que vivía en el edifício de en frente. Ella nunca supo que él era su novio, porque a él le daba pudor hablarle adelante de la gente, y ella nunca lo había invitado a su casa. él se pasaba por lo tanto las mañanas en el pequeño balcón de su departamento en el 6o piso de un edifício de la calle boedo, mirándola atentivamente. Ella, a esa misma hora en el balcón de su departamento en otro edifício de la misma calle, cantaba Fito Paéz mientras fumaba un cigarrillo y tendía la ropa. Todos los días era el mismo ritual, él la miraba y ella se equivocaba en las letras de las mismas canciones de siempre.
Un día él había decidido enviarle un regalo, y trató de llamarle la atención poniendo en la radio la misma canción que tanto le gustaba a la muchacha. La puso muy fuerte y salió feliz en el balcón para ver su reacción pero justo pasaron cinco colectivos seguidos, dos camiones y unas nenas de secundária que iban cantando alguna canción moderna en inglés a los gritos.
La canción se terminó y lo único que el gordo se ganó fueron unos golpes enojados del vecino de la derecha que trataba de curarse de una resaca cuando la música lo despertó.

El Gordo, era un tipo muy solo. No tenía gato o perro porque le daba alergia.
No tenía familia, y ya no veía a su madre.
Lo único que le quedaba para hacer era comer, y a cada día, ni bien despertaba, bajaba al mismo restauran, preguntaba cuál era el plato del día, y siempre empezaba por una rica milanesa con papas fritas. En seguida pedía alguna pasta con estofado, el estofado lo llevaba a algún lugar de l infancia, en la casa de su abuela que vivía en el campo. Y de plato en plato se pasaba todo el día, gastándose los pocos pesos que le quedaban comiendo todo lo que podía. Al final del día, ya al borde de un ataque caminaba lentamente afuera del restauran, agarraba su bici, se subía con mucho esfuerzo, pedaleaba 4 veces y estaba abajo de su edificio. Siempre con el mismo ritual, trataba de ver si su amada no estaría pasando por la calle justo en ese momento, pero le agarraba asco por la comida y era obligado a entrar rápidamente. Llegaba a la escalera y ahí, no se aguantaba y se caía siempre en el mismo escalón dónde terminaba decidiendo dormirse un rato. A las 4h27 de la mañana se despertaba ahí en el mismo lugar con un vaso de agua que algún vecino siempre le dejaba al lado, lo tomaba y ahí sí sacaba fuerzas para llegar a su departamento, entrar, cerrar la puerta, ir hasta su cama, y dejarse caer sin ningún tipo de resistencia. Todos los días en ese momento él pensaba que tenía que cambiar, que si siguiera así nunca pasaría en fin del año, tendría algún ataque del corazón o se caería en la escalera. Y eso sería muy triste porque todavía no se había animado a decirle a la muchacha del edificio de enfrente que la quería y preguntarle si ella no lo acompañaría en alguna tarde de sol al rosedal en Palermo.

domingo, 4 de setembro de 2011

Carpe Diem


Sentir o vento quente que bate no rosto como um carinho na alma.
Sentir uma mão que afaga e que toca o mais profundo da alma.
Sentir o gosto da primavera.
Saber que não se está totalmente sozinho no mundo.
Receber aqueles olhares amigos que te incentivam a ir onde for que você quiera.
Saber que duas quadras pra frente (ou pra trás) tem o aconchego da família.
Saber que logo abaixo tem uma infinidade de possiblidades.
Saber que por aqui tudo parece fácil e simples, mas sentir que a simplicidade é o mais difícil!

Deixar o coração bater numa cadência tranquila e ainda assim contar os dias, fazer as malas, e partir.


Hoy conté los días, faltan 14. Es raro es como si no me acordara cómo fue cuando me fui a Buenos Aires, siento que la diferencia es que contaba los días por una supuesta felicidad que sólo podía existir allá, ahi. Por ahi eso es madurar, es darse cuenta de que la felicidad está por todos los lados, y acá también. Y allá también. Y ahí también. Que sólo toca reinventarla, pero que para ser feliz, antes de todo hay que quererlo.

Il y a plein de doutes, plein d'espace pour tout recreer, mais calmement on y va, on avance. C'est un mouvement presque imperceptible à l'oeil nu, il faut être attentif avec soi même. Il a raison, on a peut être pas le temps de revoir tout le monde, on en a peut être pas vraiment besoin à ce moment précis. Il faut juste se laisser couler dans la rivière, jour après jour, se laisser floter sans se noyer, sans imposer un rythme ou une véritée. Calme, du calme. Il a bien raison lui. On vera bien demain...


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Pas à pas

Petit à petit on grandit.
On est lá sur terre, et parfois on se demande encore ce qu'on fait, où l'on va, pourquoi on est là?
Mais il y a quelque chose de plus fort peut être, une envie de survivre on ne sait pas bien la raison. C'est ça qui nous fait aller de l'avant. Pas à pas, on conitnue...
Un jour, un beau matin, on se rend compte qu'on n'a plus besoin de ce petit monde crée à notre image, ou peut être que c'est justement parce qu'on en a tellement besoin, qu'on se dit que ça serait bien de tenter de vivre sans tout ça, et c'est alors qu'on fait nos valises, qu'on essaye de prendre le stricte minimum (qui est toujour de trop), et de partir loin de chez soi, loin de ses repères, à la recherche de soi-même, d'une partie qui ai pu être envoyée ailleurs lorsqu'on est venus au monde...
On décide où, quand, comment et même pourquoi.
Et puis voilá, un beau jour on part.
On arrive ailleurs, et tout est différent, les rues, on ne les connais pas, les gens on les comprends pas, les goûts, les odeurs, rien qui nous rappelle quelque chose de vécu. Et on sent donc ce que c'est que d'être vivants, on sent que ça fait un peu mal quand même de se sentir vivre. Que ça fait une drôle de sensation entre  les poumons. Que la peau change, comme chez les serpents, que les yeux piquent parfois avec le vent, et que celá nous fait pleurer un peu quand même, et on en proffite pour penser à tous ceux qui nous manquent, à tout ce qui nous manque... On aime bien souffrir un peu. Un tout petit peu. Parce qu'on sait bien qu'on est quand même tout seuls, qu'il va falloir se relever tout seuls, et resortir dans les rues, même si on a peur, même si le vent fait mal et que les rues sont desertes. Il faut, parce qu'il le faut.
Puis un jour les larmes aux yeux ont disparues, parce qu'on avait tellement de choses à faire, parce que dehors il y avait quand même un peu de soleil, fallait en proffiter, avant la fin de l'été... Et voilá qu'on sort dans la rue pour aller quelque part, qu'on connait notre chemin, qu'on recroise des regards avant aperçus. Et on se dit que peut être ce n'est pas si mal, on a quand même bien fait. Parce que maintenant on se sent vivre, on sent le vent qu'on ne connaissait pas, mais on n'a plus peur. On sait où l'on va, quel est le chemin, mais il y a encore un tas de cailloux à découvrir dans ce chemin, un tas de belles fleurs à sentir. On est lá, c'est tout, au présent.
Et petit à petit on le vit ce présent, on le vit tellement à fond qu'on ne s'imagine plus sans lui. On le vit tellement à fond qu'il commence à nous gagner, et, oui, petit à petit on commence à courir derrière lui. Il faut le faire si, il faut le faire ça, on est toujours un peu en retard. On n'a plus le temps de regarder passer les gens, de regarder par la fenêtre ouverte du bus et de sentir que le vent nous carresse le visage, on n'a plus le temps de se permettre de découvrir d'autre goûts, d'autres odeurs. C'est simplement qu'on n'a plus le temps, et on y pense même pas...
Jusqu'au jour où tout explose.
On en a marre de courir derrière le temps. On n'en veut plus de lui, qu'il s'arrete, qu'il nous laisse tranquiles!
et couchés dans notre lit on essaye de ne plus se relever, même si on a mit le réveille, même si dehors il y a le soleil. On se laisse aller, un peu quand même, on se laisse trainer...
Mais le temps, lui, il s'en fou de nous. Il rigole bien de nous voir ainsi. et ça nous énerve un peu. Tous ces gens qui nous disent de sortir, qu'il fait beau dehors, ils ne comprennent rien, eux! Ils ne savent pas ce que c'est. Il ne comprennet pas que... que quoi?
Ah oui, peut être que l'autre lá, il avait bien raison, tu devrais te lever, te laver, t'habiller.
Mettre tes baskettes et ouvrir la porte d'entrée. C'est vrai au début ça va encore faire un peu mal ce rayon de soleil qui vient aterrir juste sur tes yeux, et tu vas sentir que tu ne vois rien, que c'est inutile, que tu aurais mieux fait de rester dans ton lit. Et puis, comme dans un tour de magie, tu vois une lumière lá bas au loin. Tu sais qu'elle est lá, qu'elle existe, donc tous les jours tu sors un peu pour la revoir et essayer de la toucher, tu essayes, chaque jour un pas de plus, le tout pour la toucher, voilá ce que tu veux, coûte que coûte.
Et petit à peti on grandit.
On se redemande ce qu'on fait lá, où l'on va et pourquoi on est lá...
Mais il y a quelque chose de plus fort peut être....


El Círculo de Kevin Johansen

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Un rinconcito secreto...


Elisa: Eu sei que vou sentir saudade da minha casa, da minha família, dos meus amigos, da minha cultura, da minha língua...
Cícero: Qual delas?
Elisa: (Silêncio absoluto e olhar perdido buscando alguma resposta.)



Ya está, primer post multi-lenguas
Dos veces ya traté de escribir en castellano, confieso que salían cosas un poco demasiado sentimentales, no me gustaba.
Decir cualquier cosa es en vano, sólo queda ese silencio perdido que busca una respuesta. Cuál es mi lengua? Ya sé y ya saben todos que no lo sé, y por ahi no me queda otra que dejarme ser de esta manera.
Voy a tratar esa vez de no dejarme levar por el sentimentalismo exacerbado, no es lo que quiero, al menos no ahora en este momento, porque si caigo en eso es como un pozo sin fin.
Nada más quiero decir que desde que volví me doy cuenta a cada día que ya no soy más Franco-Brasileña, pero ahora también soy un poco Argentina por elección, aunque hable raro, aunque me equivoque en las palabras, la Argentina hace ya parte de mi historia y de mi ser. Y junto con la Argentina ustedes (ojo Elisa, no al sentimentalismo!!!)
Leticia me hace ser más Elisa, más sueños de teatro, más charlas sinceras de la vida, más de esa complicidad única que hay entre nosotras.
Zoé me hace ser más Elisa (lease elisa en francés o sea con el acento fuerte en la A del final), más sueños del mundo y de viajes, más de Francia, más de de esas tardes de té, amistad y música.
Dani con su ternura me hace ser más yo, y su mirada sincera está siempre conmigo por las calles del mundo afuera.
Maca con su forma única y encantadora de ser colgadita me hace ser más yo, y por la vida voy sonriendo de haberla conocido.
Nadia es un ser aparte, que no se encaja al mundo sino que está en él y una vez que aprendés a vivir con ya no podés soltar, y aunque ella crea que no la quiero, extraño a cada día sus comentarios non-sens y sus provocaciones!
Analia que me apareció así, medio de la nada en la vida, me muestra a cada día que una buena amistad puede crecer en la distancia y me siento feliz de haberla conocido y de saber que en la vida todavía queda tanto por compartir!
Marce es Argentina pura, es música, sabores y gustos de la tierra. La quiero porque está, sin más, y con ella no hay que hacer esfuerzo, hay que dejarse llevar por el viento y hay que aceptar las olas del mar, y ya está!
Marina y Lara son el portuñol, el samba del exilio, la tierra natal allá y la comprensión del que vuelve por acá. Es mi resto de Argentina cotidiana, son nuevas viejas amistades sólo crecientes!
Los chicos (Aiano, Fidel, Alejo, Bruno, Pedro...) son la energía masculina necesaria. Las vueltas en el auto de Fidel, los ensembles y cantos en la escuela de jazz, el samba, el trago, el baile, las bicis, el cine, y tanto más!...
Georgina es de esas amistades que empezaron al final, pero no digo tarde, sí digo que si hubiera más tiempo estoy segura de que hubiéramos tenido más oportunidades de intercambio, más tardes de tela en los bosques de Palermo, más risas y más complicidad tanto en las clases de tela como en la vida!

Hablar de todos es imposible, porque tendría que agregar a tanta tanta gente, como Marta Bellomo siempre tan especial, a todos los de canto que estaban ahí siempre atentos, a los de Cabuia puntapié inicial para todo lo que viene ahora en mi futuro, a la EMAD y las horas pasadas sintiendo que uno perdía su tiempo, y las horas de crecimiento vividas allá y por medio de la EMAD...
Tantos colores, paisajes, sensaciones, tanto tanto tanto!
Saudade, es algo que también la Argentina me enseñó (allá de acá, y acá de allá) pero que no puedo decir en castellano.!
Definitivamente, no sé cuál es mi lengua, no sé cuál es mi lugar, sé que estoy acá, y que soy un poco de todo y eso es gracias a ustedes!








(Le prochain en Français, c'est promis-juré!)

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Tudo pode ser diferente


Tudo pode ser diferente.

Eu gosto dessa sensação de poder se reinventar de vez em quando. Gosto do desafío. Gosto do abismo onde a gente se coloca, do não ter a menor idéia do que vai ser daqui pra frente.
Gosto do medo que dá, é um medo que chama pra vida, um medo que te obriga a acordar, abrir os olhos, levantar da cama, sair de casa e viver. Um medo que te tira da inércia, do automatismo e do corriqueiro.

Quero viver cada dia assim, dessa maneira, sabendo que tudo pode ser diferente. Aproveitando o que tem de bom como se tivesse que viver tudo a pleno, deixando passar o que faz mal, conseguindo abandonar maus habitos... é tão difícil! 
Mas quem quer consegue.
 Esse ano tem sido assim, grandes mudanças, o tempo todo.

Espero conseguir continuar mudando pelo mundo. Estar em cada lugar plenamente. Ter a paciencia pra que as coisas se acomodem sem que se banalizem. Eu quero, eu vou!




Posso contar um segredo, daqui a pouco eu vou, mas já tô voltando! Hoje ganhei passagem pra vir pra cá no natal e ano novo! =D
Família mauquinha a minha! ;-)


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

31ºC em São Paulo

Segunda-feira de manhã, meu quarto virou estufa...

Abro os olhos com uma certa resistência, não pode ser que as 7 horas de sono que me outorguei já tenham chegado ao seu fim... Entre as duas persianas do meu quarto passa um raio de sol que vem parar bem na altura dos meu olhos, isso me irrita um pouco... Mas acordar e ver o sol é também coisa boa, eu fico me repetindo isso pra ver se acabo acreditando... Em pouco tempo vou estar longe, e aí sim que meu inverno vai começar de verdade... odeio inverno, acho que as pessoas ficam frias, existe menos contato humano e ninguém tem coragem de se demorar nas ruas... Assim era pelo menos em Buenos Aires, porque pra dizer a verdade, inverno em São Paulo não é inverno de verdade, é uma brincadeirinha de esfria-esquenta.

Depois de enrolar na cama, olho novamente o relógio achando que já devo ter me atrasado, que tô ferrada, que não vi o tempo passar... Passaram 4 minutos, ufa!
Desço as escadas - é sempre um esforço sair da cama e logo ter que descer as escadas do meu quarto- e vejo  o sol intenso que bate na cozinha, ainda bem que à noite deixei a porta-janela da cozinha aberta!
Mas o sol de São Paulo não é somente aquele lá de cima que aquece nossos corpos, o sol de São Paulo tá além disso. O sol de São Paulo é caminhar pelas ruas da Vila Madalena, bairro onde morei desde que nasci (com um intervalo de 3 anos nos quais morei em Buenos Aires), sentir que você conhece cada falha das calçadas, cruzar olhares que te olham com surpresa "Nossa como você tá moça! Nossa como você cresceu!", pois é, o tempo passa, mas aquele taxista ainda lembra da sua vó que faleceu há mais de 5 anos, lembra do cachorro que você tinha e que você falava com ele em francês e em português "O cachorro era mais inteligente do que a gente!" diz ele rindo simpático.
O sol de São Paulo tá na "casa- garagem" do Ceará, aqui na esquina, que apesar da vida dura, coloca música em tudo, e cada meio da manhã, fim de tarde, começo de noite vira festa regada à cerveja pros amigos. Passo lá na frente várias vezes por dia, a cada vez trocamos sorrisos e bom dias. Sempre que passo fico pensando o que será que eles acham que faço da vida, porque às vezes no mesmo dia passo umas 5 vezes com roupas diferentes e sempre carregando bolsas e sacolas... Devem achar que eu tô meio louca, ou que sou contrabandista, com essa carinha de russa!

Pra mim o calor do meu país, da minha cidade, tá nisso também, na minha imaginação transbordante, que fica imaginando histórias.
O calor daqui é mais quente, é cheio de olhares conhecidos, de antigos amigos, de velhos vizinhos, de pássaros que cantam incansavelmente (você já parou pra escutar os pássaros hoje?), de músicas que rompem o silêncio da alma...

Em algumas semanas tô indo embora, mas tô indo porque preciso voltar.
Eu lembro que a primeira vez que eu disse que iria morar fora eu tinha uns 17 anos, e um professor meu (o mesmo do texto da Marina Colasanti) disse que se eu fosse eu não voltaria, mas sabe o que descubrí? Que é justamente o contrário, que preciso ir porque preciso voltar e ver todo esse calor do meu lar. Preciso estar longe, passar por todo tipo de problemas, pela solidão intensa e imensa, sentir saudade, contar só comigo mesma, pra poder voltar e ver tudo com outros olhos. Pra voltar e sentir que esse é o meu lugar. Pra que estar aqui seja uma decisão e não uma mera casualidade.

Eu tô começando a ficar com um frio na barriga de imaginar o frio de Londres. De me imaginar lá longe outra vez, isolada. Mas acho que tenho que ficar firme, falta pouco e apesar de que o calor de novas  (re)descobertas seja muito cômodo, tenho que ir ao banco, ir ao dentista, e todo tipo de "ista", começar a pensar na mala pra fazer, nos amigos pra ver, na família pra viver, nas ruas pra rever, no que eu quero ser.

Cada minuto conta, e eu não tô atrasada, passaram só quatro minutos desde que eu acordei, levantei da cama e desci a escada do meu quarto, dei de cara com o sol e pensei nesse calor todo, calor do corpo, calor da alma...


domingo, 28 de agosto de 2011

Um primeiro passo

Faz um tempo que tenho vontade de ter um espaço para escrever e publicar e postar e essas coisas todas, mas sei lá, é que no fundo tem sempre essa mistura de medo e preguiça que faz a gente não fazer o que quer...
Daí hoje por alguma conexão maluca do meu cérebro, enquanto eu lia, justamente, o blog de uma pessoa querida, me veio à mente aquele texto da Marina Colasanti que um dia um professor impactante leu ao começar a aula... Lembro bem ainda do tom de sua voz, da maneira dele de não dizer nada, simplesmente pegar o livro, olhar para aquela dezena de alunos dispersos e começar a ler em voz baixa, forçando-nos a acalmar-nos e começar a escutar. Lembro da intonação de cada palavra, como se aquele momento tivesse sido marcado à ferro em algum canto da minha memória, e lembro bem da sensação que tudo aquilo me provocou, como se o tempo tivesse se dilatado, e naqueles minutos que durou a leitura, fosse impossível não sentir-se vivo. Lembro do meu peito batendo mais rápido quando chegou o final do texto, lembro da agonia por anotar o nome da autora, do texto, alguma forma de eternizar aquela sensação...
Hoje depois de enviar o texto para àquele que com suas palavras me fez reviver, de alguma forma, aquela sensação, publiquei o mesmo no facebook, e alguns minutos depois tanta gente diferente "curtiu" e comentou, que não pude deixar de pensar que de alguma maneira todas aquelas pessoas estavam sentindo um pouco o que senti naquele instante da minha vida...
Como são as coisas hoje em dia, simultâneamente eu estava conversando com minha querida amiga Leticia, e comentei que tinha vontade de fazer um blog mas que essa preguiça-medo não me deixava agir, foi então que ela simplesmente me respondeu: faça, não se acostume! e Não teve jeito.... Aqui estou!

Primeiro passo é muita coisa, primeiro porque é um caminho sem volta, é desvendar os mistérios de um caminho desconhecido,, é algo que gosto, que me instiga, e faz um bem danado a decisão. Lembro também que Primeiro Passo era o nome da minha primeira escolinha, eu tinha acabado de fazer um ano e para poder estudar lá tinha que andar direitinho, pelo que minha mãe conta eu não andava muito bem e para a surpresa e alívio dela, no dia que ela me levou dei aqueles passos cambaleantes que hoje em dia são marca registrada do meu ser... Primeiro passo é isso, é um arriscar-se, é um "animarse" em espanhol, "oser" em francês...
Eu sinto que os meus primeiros passos são muitos, ainda bem! Talvez seja assim pra todo mundo, mas estou pensando que isso de sentir que você está dando um primeiro passo é revitalizador y aterrador. É um passo no vazio, um passo certeiro na escuridão, arriscar-se sem maneira de voltar atrás. É ir, confiar e arriscar e ponto. Depois a gente vê!
Estou portanto dando esse meu primeiro passo cambaleante de blogueira, será que vai dar certo? Será que vou escrever? Será que vão ler? Pára, respira, avança! O resto a gente pensa depois!

Caos de línguas.
Sei lá, o primeiro passo talvez seja justamente inventar um nome, que difícil! Mas não foi, foi algo espontâneo e pessoal, ainda falando com a Leticia disse que eu provavelmente iria escrever em todas as minhas línguas, e que seria um caos de línguas. E é isso. É um pouco isso que sou também, então mais vale aproveitar.
Aviso, que por essas linhas tudo vai se misturar, não tem jeito, se na minha cabeça existe toda essa confusão, é também isso que me faz ser eu, e eu não tenho escapatória, lost in translation, é uma sina, é minha sina.

Acho que por um primeiro passo já está de bom tamanho (se bem que eu já tô gostando da brincadeira e poderia continuar aqui horas à fio), deixo vocês agora com Eu sei, mas não devia, escrito por Marina Colasanti.

Beijos e até o próximo (primeiro) passo...





Eu sei, mas não devia
Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.



A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
(1972)

Marina Colasanti
 nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei mas não devia e também por Rota de Colisão. Dentre outros escreveu E por falar em Amor; Contos de Amor Rasgados; Aqui entre nós, Intimidade Pública, Eu Sozinha, Zooilógico, A Morada do Ser, A nova Mulher, Mulher daqui pra Frente e O leopardo é um animal delicado. Escreve, também, para revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna.

O texto acima foi extraído do livro "Eu sei, mas não devia", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996, pág. 09.