sábado, 26 de novembro de 2011

Mergulhando de cabeça

Aproveito um pequeno (?) acidente pra contar dos meus mergulhos...
Lispa, lispa, lispa....
Em duas semanas temos apresentação de acrobacia, e eu teimei que tinha que conseguir fazer bem a parada de mão pra colocar na minha apresentação... Então lá vou eu, treinando um pouco cada dia, insistentemente...
Tudo indo bem, aprendendo a me jogar, aprendendo a cair na cambalhota e a levantar, quando ontem, numa típica sexta à noite, última aula da semana, peço que o professor de acrobacia me ajude a treinar a danada, e então, eu simplesmente não sei o que aconteceu, eu estava lá de ponta cabeça e no segundo seguinte eu senti minha cabeça no chão e meu corpo caindo descontroladamente, e minha coluna sendo amassada, e então eu estava no chão com o professor assustado se agachando e me perguntando porque eu tinha dobrado os braços, e eu que não entendia nem de que braços ele me falava já que eu sentia que estava sufocando e o pulmão sem conseguir expandir e deixar entrar ar, e então quando voltei a sentir que o ar entrava também comecei a sentir uma dor indescritível, nunca antes sentida por mim, e comecei a me contorcer e gritar e eu nem sei o que fazia, e me diziam pra parar de me mexer e eu gritava (sim, em inglês!) que estava doendo que alguém fizesse algo pra parar de doer!
Enfim, depois fui me "acalmando" chamaram a ambulância, me deram um gaz que não lembro o nome mas que foi bem legal pra relaxar e dar altas risadas, e entrar na ambulância tendo idéias malucas de o que fazer com a máscara neutra, como investigar a máscara neutra em uma ambulância...
No fim, não foi nada, só meus músculos que para proteger a coluna se tensionaram tanto que não voltavam mais ao normal, aliás, ainda nem voltaram, estou tomando bastante remédio e meio de repouso, mas vou ficar bem!
Enfim, não quero me estender nessa parte da história porque não só não é tão divertida, mas também porque meus mergulhos têm sido bem mais interessantes do que esse...

O mergulhos têm sido mais positivos pode-se dizer!
Mergulhando na vida, mergulhando em mim!

A máscara neutra é uma instância da pedagogia de Lecoq de base e fundamental. Se no começo a gente não entende porque tamanha importância, não demora muito para o ator que se propõe a passar por essa experiencia, começar a se fazer um zilhão de perguntas. O processo é angustiante, porque você vai entendendo que não se trata de encontrar respostas, mas sim perguntas que nos façam continuar avançando. Tudo pode parecer extremamente abstrato, mas é nessa abstração toda que se encontra o artístico, o singular, o sincero. Cada um da sua maneira, no seu tempo, encontra aquilo que o motiva, aquilo que o faz ser vivo, e isso não significa que ao encontrá-lo é seu, é um longo processo para o qual a máscara neutra apenas abre as portas...
São diversas viagens paralelas, por um lado a viagem na natureza, por outro a viagem na cidade, mas o que importa mesmo é que é um profundo mergulho no seu mais íntimo algo de dentro pra fora, algo que te faz acessar aquilo mais puro e sincero, sem idéias preconcebidas, sem ego, sem certezas, aquilo de mais genuíno que existe em cada um de nós, e abri-lo ao mundo, aos espectadores, aos que dia a dia estão na mesma busca que você.
Os temas e as viagens propostas são desculpas, são provocações para indicar por onde ir, para acordar diferentes partes do corpo, diferentes ritmos, diferentes qualidades de movimento, mas como nos lembram a cada instante: "There is no wrong, there is no right", se trata apenas de encontrar o que é justo consigo mesmo.

Eu sinceramente nem sei como terminar esse texto, então...




terça-feira, 22 de novembro de 2011

Elisa who rushs, Elisa who's late...

There are two Elisas in me. Maybe even more...
There are many Elisas and the hard thing is to try to understand who's the most Elisa in all of them...
Elisa is rushing, Elisa is late, Elisa is plently here, and plently there. She's from Brazil, and France, and Argentina, and who knows where from...

Elisa, is nothing.

Is a pure imagination, or a combination of things.
She's the one who likes lady bugs, the one who can't think in just one language, the one who's quite often late, and quite often early... The one who tries her best to be perfect, even knowing that this word doesn't mean anything and exist in the vocabulary just to confuse people like her.

She's the one who loves, who lives.
She's the one who's affraid of falling, of failling.

She tries her best, to be.
And sometimes not to be.
This is the question.

To let herself be, or become, or stay, or maybe she should just let herself breath.
Take a breath.
Never run away.
Stay.
And then make a step, and a step, and a step.


One day, I'll understand that the multiplicity of Elisas is just an excuse, or a safe place, where to start to create.

To be yourself.
That's the most difficult and challenging step in life... Day by day. And someday, I'll be able to take that breath, and that step, and say: I am what I am.

domingo, 20 de novembro de 2011

Para mis queridas teatreras! Leticia, Macarena, Analia y Nadia

Le temps file, o tempo voa, el tiempo vuela...

Hace rato que no escribo en castellano, o en otra lengua que en portugués... No sé bien porque...
El tiempo vuela  decidi recién que este texto viene en castellano...
Casi un año que terminé la EMAD, no lo puedo creer! Casi el fin del first term en LISPA, no lo puedo creer!
Y a los pocos lo que yo me imaginaba como un sueño se torna realidad...
en la escuela estamos a pleno en la máscara neutra, ya llegando quizas al final de esta jornada, si es que se puede concluir una jornada con la máscara neutra...
La máscara neutra es un mundo mágico donde cada uno empieza a entender al mismo tiempo lo más profondo de si mismo y las más grandes cosas del mundo. Son dos viajes paralelos, por un lado el viaje en la naturaleza y por otro el viaje en la ciudad. Qué increíble todo! Los ritmos del cuerpo, ser o estar, o ser y estar al mismo tiempo, las dificultades de aceptar los ritmos de la ciudad sin juzgar, y las cosas que dice Thomas: qué tipo de teatro queremos hacer? En los dias de hoy con los ritmos de internet tenemos que aprender a accesar los ritmos de la ciudad, es la responsabilidad de nuestra generación...!
Es difícil transmitir la experiencia, es algo que pasa por el cuerpo, un cuerpo que gracias a la mascara neutra, a los pocos va siendo más expresivo, más sincero, más abierto, más dispuesto...
Y porque no hablar de las clases de Michael donde exploramos el estado del clown, porque este está intimamente ligado a esta tan sagrada máscara neutra. Y cómo no hablar de las clases de movimiento, clases dónde aprendemos a apropiarnos de los movimientos, y aprendemos a fragmentarlos, a entenderlos, a analisarlos. Y cómo dejar de contar de las clases de acrobacia, dónde el cansancio de la semana permite que uno haga sin pensar y logre resultados nunca antes esperados, y la clase de space lab, dónde uno se encuentra conisgo mismo de otra manera, totalmente nueva y placentera, y uno entiende cosas raras como lo que es dinámico, uno simplemente aprende a ser. Eso siento. Ser y estar, como vive diciendome mi chico...
Esta es la leccion, que siento que desde la Argentina dia a dia estoy aprendiendo...

No puedo dejar de decir que extraño a mis compañeras de teatro, Leti, Maca, Ana, Nadia...! Si estuvieran acá serían tantas pero tantas cosas para hablar, y crear!!!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Nessa noite de sexta jantei comida deliciosa de uma amiga holandesa, escutei lindas musicas, adormeci no sofá tamanha era a sensação de felicidade que a música traz, ainda mais quando ela me fazia sonhar com meu namorado...
E dizer que esta noite terminou cruzando uma raposa na rua...

Não tô brincando!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Porque nem sempre é fácil...

Dá vontade de gritar, de sair correndo, de ir pra lá correndo, ou de ir pra outro lugar... Tem horas que dá vontade de fugir do mundo, ou fugir de mim.
Tem horas que tenho vergonha, que sinto que sou menos, que não sei nada, que não sirvo pra isso, que sei lá o que...
Tem horas assim também... Horas em que o frío é insistente demais, em que a língua é feia, as pessoas agressivas, e o mundo conspira. Horas em que a parada de mão não sai, a parada de cabeça é uma merda, e a cena pior ainda. Horas em que a comunicação falha.
Alô? Tá me ouvindo Acho que caiu...
Tem horas que o colchão velho de molas machuca, que a casa fede, que a caminhada é comprida, que a aula é chata, que as pessoas irritam...
Tem horas que o computador trava, que o mundo não te deixa estar sozinho, ou que o mundo insiste em te deixar na solidão...
Tem horas pra tudo, mas o que conta é que ao passar a hora é preciso pegar o telefone e voltar a ligar, sentir o chão e voltar a levantar, fechar o casaco e continuar a andar...
Porque, ainda assim, tem horas em que a cena tem ritmo, a máscara respira, o amor flui, o sorriso se estampa na cara, e alguma hora dessas a parada de cabeça vai dar certo!

É só respirar, e voltar à tentar...

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Aprendendo

Aos poucos ela vai aprendendo:

a criar em grupo, a falar inglês, a se vestir no frio para não passar frio, a correr pra não chegar tarde na aula, a lavar a roupa na hora certa pra secar antes do dia seguinte, a amar à distância mesmo com esse sentimento tão presente sempre, a cozinhar com o que tem, a não gastar dinheiro à toa, a fazer da casa seu lar, a limpar a sujeira dos outros pra não viver num chiqueiro,a falar português com expressões de Recife, a aproveitar quando tem um pouquinho de sol, a que mesmo se já tá escuro ainda não é de noite, a confiar, a mostrar que se está aqui para quem se ama, a tirar fotos, a entender que sempre o mais importante é se escutar, a respirar, a dar um passo de cada vez (mesmo se isso é difícil)...
Ela aprende a explicar o que sente, a escutar seus pais, a pedir desculpa só quando é preciso, a escutar a dor dos outros e pedir ajuda quando precisa.
Ela aprende que a saudade dói, mas chega o dia que ela vai passar, ela aprende que gosta demais dele, e que isso basta.
Ela aprende a aprender, aprende a desaprender também.


Ela tá aprendendo um bocado de coisas.
O que ela mais aprende, é a ser.

Obrigada à você que faz eu ser mais feliz apesar da saudade...

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Respiro

Enquanto tomo um chá já frio de hortelã numa sala recentemente pintada de branco- para o alívio dos olhos- e escuto o Duda, um dos meus Flatmate tocar sons do nordeste brasileiro no acordeon, sinto que cheguei em Londres. Já faz certo tempo que cheguei, mas o sentimento demora pra despontar. E aqui está. Já um mês de aula e a última vez que escrevi direito aqui ainda era a véspera do primeiro dia de aula! E pensar que agora LISPA não é só cotidiano, mas é também família.
Explicar como anda Londres não é tarefa fácil, nem sei se quero.
Ando assim, num estado meu.
Pode parecer egoísta mas sinto que a experiência anda sendo intransferível, posso contar, ou tentar contar, mas é difícil expressar o que vivo dia a dia.
Em todo caso quero tomar o tempo de contar pequenas cenas do dia a dia, mas isso vai ficar para amanhã, ou depois.




























about this neutral mask feeling

What we see of things is things
What matters is knowing how to see
Knowing how to see without stopping to think
knowing how to see when it is obvious
but that (alas for us who have learned so much and whose souls are all dressed up)
requires profound study - an apprenticeship in unlearnig
I am learning again that the amazing reality of things can be my everyday discovery
everything is what it is and it is hard to explain how glad that makes me and how it is enough for me
to exist is enough to be fullfilled
sometimes I hear the wind passing and I find that just to hear the wind passing is worth the trouble of being born."

Fernando Pessoa em Inglês!