segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Acordei cedo. Pouco antes que o despertador tocara, meus olhos, já inquietos passeavam pelo teto do quarto. Decidi levantar.
O ritual da manhã foi meio automático, como se no meu corpo existisse algum tipo de registro disso, de cada coisa que se tem que fazer, o passo à passo: levantar da cama, ir ao banheiro, colocar àgua pra ferver, tomar banho, tomar o chá, comer o iogurte com cereias, escovar os dentes, pentear o cabelo, colocar o sapato, pegar a bola e sair. Foi só quando eu estava pronta esperando o Ariel que percebi minha ansiedade, e então lembrei que à noite estava maluquinha, que tinha dormido só umas 5 horas essa noite, e tudo porque estava literalmente à passos de uma nova viagem!
Fomos caminhando até a escola, o céu estava azul e apesar do vento não fazia frío. Que alegria! Sentir que esse caminho será um caminho super conhecido em um tempinho, sentir que à partir de hoje me lanço de vez nessa aventura! A sensação era aa mesma dos primeiros milésimos de segundo numa descida numa montanha russa! Aquele frío na barriga, e AHHHHHHHHHHHHHHHH
pega a avenida, vira à esquerda, vai reto, passa ao lado da casa das meninas, passo por cima da ponte, vira à direita, esquerda, direita, esquerda e aqui estamos nós, dando os últimos passos à margem do canal sentindo que o vento nos empurra em direção à escola. No inverno esse caminho viser duro, mas por enquanto ele é cheio de alegrias! Sinto o coração bater mais rapido, e cada vez mais à medida que vou me aproximando do 3 mills estudúdio (antigo moinho, transformado em estúddio de cinema onde se encontra minha escola)
Chegamos, passamos o portão azul, me apresento na portaria, assino, pego o papel e pareço criança no primeiro dia de aula, quero saber quem é da minha turma, quem vai ser meu amigo, com quem vou me desentender, mas ao mesmo tempo gosto de saber que tempo tempo suficiente pra tudo isso!
Subimos as escadinha, abrimos a porta, e : chegamos!
Deixar casaco, e bolsa, comprimentar a Melissa, secretária da escola e então entrar na sala...!
Entrando na sala me encontro com uma disposição curiosa das cadeiras e gente sentada nelas, não muitas, nem poucas, mas olhares suficientes pra eu me sentir levemente inibida. Sento em uma cadeira, olho um pouco pra essas pessoas em silêncio que discretamente também olham pra mim, tentando dissimular, e de repente caímos todos no riso! que delícia! Assim começa nossa relação pode-se dizer, esse monte de gente que não conheço ainda e que não sei quem são, me olhando, e essa gargalhada, levemente desconfortável, mas também curiosa, e cheia de esperanças!
Então tentamos dizer nossos nomes e de onde somos, mas já estamos rindo porque os nomes são todos tão estranho e a exitação é tanta que quando chega o final da roda já não lembramos de quase nenhum nome.. e essa cena se repete algumas vezes, o siêncio outra vez, os olhares, alguém que entra, o desocnforto e a risada. Até que em um momento tudo meio que espontaneamente se descontrai, começamos a falar com as pessoas sentadas perto, perguntar as mesmas coisas outra vez, não importa, mas de repente parece que tudo flui!
Pouco tempo depois entram os professores, eles se sentam nas cadeiras à nossa frente e então o Thomas Pratki, diretor da escola e também professor começa a nos dar as boas vindas.
Eu obviamente não saberei contar exatamente o que ele disse, até porque me peguei algumas vezes viajando pensando em qualquer coisa, e eu pensava, não Elisa, se concentra! esse momento é especial! Mas principalmente o que acontece é que foi tudo justamente muito especial! Quase diria perfeito!

Não sei o que contar, o que não contar, digo apenas que é tudo novo, tudo permitido, e que o importante parece ser viver o momento, sem se apressar, sem querer provr nada pra ninguém, simplesmente estar...

Estar.
É o que desejo.

Estar.
Entre tantas caras ainda desconhecidas,
línguas,
sons,
e vidas.

Noruega, Suécia, Holanda, Dinamarca, País Basco, França, Inglaterra, Turquía, Austria,
India, Japão, Brasil, Estados Unidos, Israel, Chipre, Grécia, Alemanha...! Viva!

domingo, 9 de outubro de 2011

Domingo depois de tantos sábados

Finalmente amanhã é dia 10 de outubro!
Al mismo tiempo que el tiempo pasa volando, es un alívio ver que esta fecha llegó, finalmente!
amanhã... Será outro dia!

Tomorrow will be a big day! Le jour J, comme on dit!
Depois de tanto tempo sem ter que me levantar cedo pra ir pra aula, aqui estou eu, me preparando pra ir dormir porque amanhã é o grande dia!
Mas não é como antes, estou feliz e tudo mas não estou com aquela ansiedade de matar...
Dormir cedo, acordar bem e se lançar nessa viagem!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

How to feel home, when you are alone?

1º conseguir tirar suas coisas das malas
2º organizar seu espaço da maneira que você queira
3º limpar e tirar qualquer rastro de quem esteve antes (ascender incenso, colocar perfume de ambiente, abrir janelas, desinfetar, tudo vale!)
4º começar a conhecer a casa,, onde estão os interruptores, quantos degraus, quantos passos
5º começar a conhecer o bairro, criar pequenos hábitos, lugares pra voltar a passar, lugares pra evitar, caminhos repetidos
6º encher o quarto de vida: plantas, fotos, imagens, bolinhas e joaninhas!

Aos poucos, passo a passo vou abrindo meu espaço...!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

There is a rat in my kitchen

http://www.youtube.com/watch?v=bS0fXQN6zrI

"There is a rat in my kitchen what am I gonna do?
There is a rat in my kitchen where am I gonna go?
I'm gonna fix that rat, that's what I'm gonna do,
I'm gonna fix that rat...!"




Mugre,
Sujeira,
Saletée,
Poussière,
Shit,
Fedor,
Nojo,
Asco,


AHHHHH




Acho que ouvi um ratinho...!
Será minha imaginação?
Hope so, j'espère, tomara, ojalá!




Tentando me sentir em casa...
Mas tá difícil!...

domingo, 2 de outubro de 2011

Coração na mão

Tengo mi corazón en mi propia mano!
Y escribo en castellano porque esa sensación es conocida desde la Argentina, o por ahi desde cada decisión que uno toma en la vida, solo, totalmente en la soledad. Bueno por ahi no totalmente en la soledad porque trato de mantenerme en contacto con mi familia, y trato de compartir esos momentos angustiantes de decisiones con ellos, pero la verdad es que asusta. Asusta no conocer la ciudad, pagar un deposito para vivir en una habitacion en un barrio que uno no conoce, y que no está seguro, todo asusta!
Mañana me mudo a esa casa dónde por ahora viven un tipo de Eslovaquia, uno de Lituania, uno de Nigeria y una chica de Nueva Zelanda, y ahora nos sumamos Ariel (un Argentino que va a hacer el curso pedagogico en Lispa) y yo! Menos mal alguién de mi "mundo", y por ahi, si todo sale bien también se sumará a nosotros Eduardo el Brasilero!

Mañana es el dia de mudarme, y hasta mañana tengo que tratar de calmarme, de estar tranquila, total caso sea horrible vivir allá, sólo toca mudarme!

sábado, 1 de outubro de 2011

Depois de 10 dias

10 dias em Londres, até que o tempo passa rápido, e o ser humano tenta se acostumar o mais rápido possível.
Agora meu corpo está aprendendo a olhar para a direita pra atravessar a rua, e assim não estou tão sujeita a ser atropelada por um gigante ônibus de dois andares que constantemente me surprende.
Também estou aprendendo que nos cruzamentos que têm umas lampadas, a prioridade é do pedestre, e isso realmente funciona.
Estou aprendendo que no metrô algumas linhas tenho que escutar pra onde vai o metrô porque numa mesma plataforma passam várias linhas, e já me perdí dentro do metrô suficientes vezes.
Aos poucos mais palavras vão se incorporando ao meu vocabulario, e algumas, eu já tenho um carinho especial, como sultanas por exemplo que são as uvas passas amarelas!
Esses dois dias foram intensos, nos dois primeiros fiquei na casa da Kristin, a norueguesa que vai estudar comigo. Foi estranho chegar na casa de alguém que não conheço mas que vou conhecer, foi mais estranho ainda ter a sensação de que a gente já se conhecia, poder ficar sem falar nada por um tempo, só assim, se acompanhando...
Depois disso vim pro hostel, e confesso que foi um choque. Primeiro o fato de precisar fincar raízes num lugar feito para estar de passagem, onde tudo o que acontece aqui morre aqui em todos os sentidos... difícil conhecer gente, difícil criar hábitos, difícil se sentir em casa...
Fora que o dinheiro vai indo embora como o vento, paga pela internet, paga pelo armário, paga por tudo! E ainda mais como estou tendo que mudar frequentemente de quarto porque vou fazendo a reserva aos poucos, já estive em 3 diferentes quartos até agora.
Mas enfim, aprendí a levar numa boa isso também, e até comecei a me dar conta que no hostel muita gente estava na mesma situação que eu, então passavamos as noites lado a lado procurando ap juntos e torcendo uns pelos outros. Nisso fiz uma boa amiga, a Lotte, da Belgica!

Ontem, finalmente achei um lugar para morar, mas dá um medo! Eu devo ir pagar a reserva em pouquinho tempo, e tô morrendo de medo de estar sendo enganada ou de estar me enganando!
Sobre a casa e o quarto e o bairro escreverei quando me mudar!

Por enquanto deixo de escrever pensando em tudo o que não contei, e me dando conta que é simplesmente impossível contar tudo o que se vive, falar da saudade que se sente, e o que é essa saudade...