terça-feira, 2 de outubro de 2012

Paciência

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma...
até quando o corpo pede um pouco mais de alma...

Eu sei, o tempo passa de qualquer forma,
mas hoje em especial tô sentindo que passo o meu tempo esperando que ele passe...

O medo é que num piscar de olhos me dê conta de que o que passou foi minha vida, uma vida passada a esperar....

Talvez seja tempestade em copo d'água, mas ando sendo prisoneira do meu corpo, estou meio sem saída, sem poder tocar o pé por um mês e meio no chão, dependo de todos ao meu redor para tudo, e quando o que quero só poderia acontecer por mim mesma, como é que fica?
Eu que passei meses, dias e horas esperando para voltar, para estar junto de certa pessoa, para fazer minha vida acontecer, de repente me vejo freada desse impulso...
Queria poder sair correndo ao seu encontro, mas preciso esperar que ele possa...
Queria poder retribuir todo o cuidado que tenho recebido, mas só tenho podido pedir... Sem ter muito como dar de volta....
Me sinto estranha, pesada e presa de certa forma, encurralada num beco sem saída onde o único que resta é mesmo esperar.....

Esperar......

E agora, o que é que faço por mim? Para mim?
E para ele?

Ele, eu digo por enquanto apenas que eu amo, e que tento dia a dia, não esperar, porque para estas coisas não se espera, se faz, se diz e se sente...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Em menos de um segundo

Fazia pouco tempo que ela o tinha visto pela última vez, aquela última olhadinha logo antes de desaparecer detrás daquela maldita parede de vidro fosco do aeroporto, segundos atrás... Ela tinha ficado lá, estarrecida, imóvel, sem conseguir acreditar ao certo...
Seus lábios ainda queimavam pelo último beijo que ele lhe deu. Ela queria guardar aquela sensação, prolongar o máximo possível a sensação de sua barba raspando em seu queixo numa estranha caricia. Por isso não se mexia, não se atrevia. Por dentro ela era puro silencio, enquanto o mundo ao redor continuava no seu frenético girar. Ela sentia passar aquela primeira lagrima, como a mais potente cachoeira, destruindo qualquer ultimo rastro de maquiagem que ainda pudesse existir- tentativa em vão de parecer mais bonita.
Como em outro mundo, perdida no interior de si mesma ela lutava consigo para voltar à vida - em vão. Ao longe e aos poucos as vozes do mundo voltavam a surgir, aqueles homens a poucos metros adiante que provavelmente comentavam aquela cena clichê de filme norteamericano... De qualquer maneira ela já não estava lá, apenas podia concentrar-se para não se mover nem um milímetro, ainda não. A poucos metros dela, em algum lugar não tão longe assim, ainda, vagava pelos corredores daquele mesmo aeroporto aquele que pouco antes a abraçou forte e calorosamente, antes de dizer qualquer coisa que tivesse algum significado, mas que a essa altura do campeonato ela já havia esquecido. Três meses e meio... Não podia ser tanto. Não podia ser tão terrível... Pra que o drama?
Secou com o verso da mão esquerda a última lágrima que insistia em cair. Suspirou alto e sem se dar conta mordeu o lábio inferior acreditando ser o dele.
Nem um minuto havia passado ao certo, talvez, e dentro dela um furacão parecia ter devastado aquela sensação de estar completa.
É preciso se recuperar. É preciso respirar, lavar o rosto, dar o passo. Encarar o tempo. Viver.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Ando vivendo - 3 de março 2012

Ando vivendo.
Um dia, a gente nem percebe e a vida começou. A gente acorda, faz o que sempre fez, faz coisas novas, vai seguindo o caminho e depois, quando chega o final do dia e se está cansado, a gente apesar das tristezas e alegrias, a gente se sente vivo.
Não precisa de muito, não precisa de nada, a gente vira um ser humano com todas suas comporidades, aquele tipo de gente que quando a gente é criança a gente se espanta e diz que nunca se será. Pois é chega um dia que a gente é assim, e nem se importa. A gente vai seguindo um caminho que a gente traçou no qual a qualquer momento pode-se virar, mudar de direção, mas enquanto se segue se deixa levar...
Eu talvez esteja crescendo, talvez tenha algo a ver com virar adulto, virar alguém, ou o que quer que isso possa querer dizer...
Eu ando vivendo diria. Ora enfrentando os pequenos ventavais do dia a dia, ora me deixando levar pelo curso do rio...
Eu ando vivendo...

segunda-feira, 5 de março de 2012

São Paulo, a distância e um novo começo.

Catarina tremia, o corpo todo não cessava. Era coisa demais pra cabeça, era emoção transbordando do peito, da boca, dos olhos, dos poros.
Ela tremia e não podia controlar.
Em um dia tudo estava de cabeça pra baixo.
Morte, roubo, medos.
Seu corpo tremia dizendo que estava viva, que ela sim ainda estava ali, parada naquela cozinha feia e suja, tentando explicar o que acontecia. E não conseguia. O queixo batia como britadeira num concreto cinza e duro, as palavras custavam a sair. Ela tremia.
De repente sua cidade era só temor e risco. De repente, sua casa era invadida revirada, de repente seus caminhos eram sombrios, sua família era fragilidade.
Ela não sabia onde estava, estava do outro lado do mundo, com a sensação de derreter, se despedaçar, e não ter em quem se apoiar. E quando sentia que de uma lado podia ir, nada. O que vinha eram reclamações e queixas.
Catarina sentia-se cair aos pedaços, assim como sua terra, seu lar.
É preciso um novo começo.
Sempre um novo começo.

sábado, 3 de março de 2012

Quando a solidão entra nos poros...

Quando a solidão entra nos poros, pela ponta dos dedinhos do pé, quando ela sobre pelo corpo inundando o ser de um sentimento único de ser um ponto mínimo da escuridão do universo.
Quando inunda pelos olhos uma chuva sem cor e sem gosto.
Quando os sons da rua ninam o sem sentido sono do corpo.
Eu quero fugir, fugir de dentro de mim, não queria ir longe, apenas na esquina de mim mesma, ir até lá pra ver se me encontro.
Eu escrevo besteiras, digo bobagens,e a cada vez que abro a boca, as coisas sempre pioram.
Eu falo de mim, quase o tempo todo, quando queria tanto ser simplesmente diferente...
Eu me calo nesse instante, apertando um pouco os lábios pra ver se controlo a teimosa lágrima que insiste em assustar os meus cílios,dizendo "olha que caio, olho que caio" como um suicida poderia brincar com a vida...
Eu me calo na minha solidão, eu me calo numa Londres que só eu conheo, porque é a minha, é minha Londres de carros passando na avenida enquanto escrevo isso, de frío nos ossos e na alma, de estranhas casas caindo aos pedaços, de ratos aos quais quase nos acostumamos, de situações que não imaginávamos, e de canais que poetizam o dia a dia, de raríssimos ceus azuis que trazem felicidade, eu queria me encontrr nessa Londres....
Eu queria me encontrr na soliadão também...
Eu queria que dentro de mim um imenso arco íris brilhasse constantemente por um segundo.

quinta-feira, 1 de março de 2012

PanKada

Para cada passo, um passo.
Para cada suspiro, um sorriso.
Ele vai atirando para os lados, vai andando, cambaleando, correndo, avançando como pode.
Ele vai, não há dúvida.
Sempre em frente, ora diagonalmente em frente, mas avança em uma direção concreta.
Na esquina vira, dá uma chave num cara que passa mal encarado, escreve umas linhas para o próximo best seller dos manos, e não deixa de dar um clique em sua Nikon 50mm, e contar uma daquelas histórias que você fica assim meio que sem saber o quanto é verdade. Mentira não é, nada disso, são só suas mil e uma caras.
Não tem muito o que se dizer, porque no meio da pankadaria não há tempo pra palavras, se reage e age, e é ação principalmente o que conta.
Aliás me conta como é que foi?
Como é que faz?
Me conta como se segue adiante?

Não se conta, se vai.
Não se espante, se planta pra se colher logo mais.

Hoje pankada vira palmas e abraços, vira confraternização. Colher o que se plantou.
Hoje pankada continua longe mas cada dia mais perto. Mais intensamente aqui, sempre!
Um simples parabéns,cheio de orgulho e saudade!



terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Tanto tempo de Londres

Eu já fui e voltei. As ferias passaram o novo trimestre começou e já ta até acabando, e fiquei sem parar pra escrever, sem pensar em mim provavelmente, correndo fazendo um zilhao de coisas e nada ao mesmo tempo... Nada estranho ara mim...
Me angustiando um bocado com o cinza do céu que não me deixa tranqüila, com o frio da rua que não me deixa correr, com os amigos que fazem falta, com os esforços que é preciso fazer pra se instalar e com essa pergunta que ronda minha cabeça: instalar pra que se já vou embora? E assim fico, nessas incertezas, entre aqui e lá, entre eu e os outros, entre deixar passar ou me instalar...
Eu não quero ficar morando aqui, disso já sei, mas existe um mínimo necessário pra se sentir bem enquanto se mora, e isso preciso aprender a fazer!
Em pouco ele vem pra cá e vão ser as férias, e aos poucos a primavera vai dando sinais de vida e isso faz o coração vibrar cheio de esperanças!

Nesse inverno vieram me visitar pessoas que amo e também vi a visse coberta de neve e também passeei bastante com amigos ou sozinha, aí vão algumas fotos!