sábado, 3 de março de 2012

Quando a solidão entra nos poros...

Quando a solidão entra nos poros, pela ponta dos dedinhos do pé, quando ela sobre pelo corpo inundando o ser de um sentimento único de ser um ponto mínimo da escuridão do universo.
Quando inunda pelos olhos uma chuva sem cor e sem gosto.
Quando os sons da rua ninam o sem sentido sono do corpo.
Eu quero fugir, fugir de dentro de mim, não queria ir longe, apenas na esquina de mim mesma, ir até lá pra ver se me encontro.
Eu escrevo besteiras, digo bobagens,e a cada vez que abro a boca, as coisas sempre pioram.
Eu falo de mim, quase o tempo todo, quando queria tanto ser simplesmente diferente...
Eu me calo nesse instante, apertando um pouco os lábios pra ver se controlo a teimosa lágrima que insiste em assustar os meus cílios,dizendo "olha que caio, olho que caio" como um suicida poderia brincar com a vida...
Eu me calo na minha solidão, eu me calo numa Londres que só eu conheo, porque é a minha, é minha Londres de carros passando na avenida enquanto escrevo isso, de frío nos ossos e na alma, de estranhas casas caindo aos pedaços, de ratos aos quais quase nos acostumamos, de situações que não imaginávamos, e de canais que poetizam o dia a dia, de raríssimos ceus azuis que trazem felicidade, eu queria me encontrr nessa Londres....
Eu queria me encontrr na soliadão também...
Eu queria que dentro de mim um imenso arco íris brilhasse constantemente por um segundo.

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